terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Capítulo 11 Mamãe eu te amo.



O Diário de Bulma

Capitulo

11

Mamãe eu te amo.


Dia 13 de Agosto:
           Acordei ao meio dia com mamãe batendo na porta do meu quarto:
      -Bulma querida, acorde, temos muito que fazer hoje, ou se esqueceu que é a véspera do grande dia?
 
         Levantei meio grogue... Acho que exagerei nas pílulas para dormir.
         Abri a porta para mamãe cambaleando feito um bêbado e com a mão na cabeça, pois doía muito e não agüentava ver a claridade. Por muito havia esquecido que dia era.
       -Véspera de que mamãe? Mas que escândalo a senhora faz pela manhã.

        Mamãe me olhou com aquele jeito diferente e raro de se ver, abaixou o tom de voz:
      -Ora Bulma, o que está acontecendo? Hoje é a véspera do seu aniversário.
    





         Como eu já dissera antes diário, mamãe pode parecer lerda, mas não é. Em se tratando de mim, ela percebe até se um fio de cabelo meu está fora do lugar. Eu estava muito zonza e falava mole.Eu não tinha dado conta de como eu estava , até que percebi que estava completamente dopada. Mamãe franziu a testa e olhou direto para o criado mudo da minha cama. Eu a segui com olhar e lá estava o vidrinho das pílulas para dormir. No momento da raiva eu havia tomado a metade do vidro.Mamãe então arregalou os olhos e imediatamente fechou a porta. Eu nem estava notando direito as coisas, só via o rosto da mamãe e mais nada. Percebi que estava muito zangada comigo - o que acontecia raramente - mas muito raramente mesmo. Ela começou a falar comigo num tom que há muito não ouvia. É diário, realmente ela estava brava, mas também muito preocupada. Então ela disse:
 -Antes de conversarmos seriamente você vai fazer tudo que eu mandar e não quero ouvir um pio sequer. Ouviu bem querida?



        Fiz que sim com a cabeça voltando a me deitar. Estava sem força até para falar. Antes que eu me reacomodasse por completo em minha cama, ela me pegou pelo braço e me fez levantar outra vez, me levou para o banheiro, abriu o chuveiro e me colocou na água fria. Parece que me deu uma despertada, daí ela pediu que colocasse uma roupa para sair, e assim fiz, pediu que colocasse um óculos escuro, também coloquei. Saí de braços dados com mamãe pelo corredor, muda, sem nada dizer. Passamos pela sala de jantar e todos já almoçavam. Vegeta estava lá , calado , só mastigando. Antes que papai e os outros pudessem dizer algo ela foi logo dizendo voltando ao seu humor habitual, totalmente diferente de como estava falando comigo minutos antes.

       -Oh querido, não vamos almoçar agora, estamos com muita pressa. Coisas da festa. Almoçaremos na rua. Não demoramos rapazes. Tchau.

        Mamãe foi dizendo isso e cruzando a sala de jantar de braços dados comigo até a sala de estar para a porta de saída, sem se quer dar uma pausa para que alguém pudesse perguntar alguma coisa. Eu mal estava dando conta de mim mesma, mas mamãe tomou conta da situação brilhantemente. Se alguém suspeitou de algo, deve ter sido minha culpa, pois estava muito bamba.
-Onde estamos indo mamãe?
       Perguntei para ela enquanto me colocava no banco do carona de seu carro.
-Ora, onde mais? Fazer uma limpeza.
 Achei estranho:
 -Mas que limpeza mamãe?



       Ela respondeu nervosamente:
 -Não seja burrinha querida. Essa limpeza é no seu estômago, claro.
      E eu sem lá muito que protestar, soltei um "Ah não!" bem fraquinho.
-Vou te levar para clínica de uma amiga minha. Ela será bem discreta, ninguém ficará sabendo.
            Mamãe tirou os olhos por uns instantes da direção para me fitar, e como se adivinhasse meus pensamentos, disse:
-Não se preocupe minha filha. Sei que não queria se matar. Acha que não percebo que não tem dormido há dias? Mas você é uma garota muito inteligente para tomar tanto remédio para dormir. Um já bastava e você sabe perfeitamente disso. Sei também que nunca fez isso antes, pois não é de seu feitio. Nem quando terminou com o Yamchansinho teve tanta insônia e muito menos precisou apelar para tantos remédios para descansar e não ter as temidas olheiras que te incomodam.

         Ela tinha razão, eu em meu juízo normal jamais me excederia dessa forma. A verdade é que jamais havia ficado tão vulnerável aos meus sentimentos como agora. Todos nós temos limites e eu havia chegado ao meu. Sempre tive controle das minhas emoções, jamais me deixei abater. Queria apenas descansar minha cabeça já fraca de tanto pensar caraminholas e realmente fiquei com medo das olheiras. Minha amiga de colégio Amanda vivia me dizendo que fico péssima de olheiras e que devia parar de estudar até tarde e dormir mais. Mas desta vez, o que me deixou com olheiras foi as mudanças na minha vida. Sempre me dei bem com certas mudanças, mas nenhuma foi um furacão como este. Posso até estar exagerando, mas estando na minha pele sei perfeitamente o que é estar com sentimentos novos e não saber o que fazer com eles. Sentimento não é algo que se coloca em uma caixa e o fecha para não mais sair. Ainda mais se tratando de algo completamente desconhecido para mim, e na maioria das vezes o que nos é desconhecido nos amedronta.
          Enfim chegamos ao nosso destino. Confesso que estava envergonhada com aquela situação. Não conseguia dizer nada, nem se quer ousei chorar por aquele terrível quadro que me encontrei. Colocaram-me em uma maca e sei que não me lembro de mais nada. Acordei como se tivessem bombardeado meu estômago.
        Mamãe estava bem ao meu lado, sentada, lendo uma revista. Já eram quinze horas e estava em observação. Já que ocorrera tudo bem me liberaram imediatamente.
       No caminho de volta, mamãe estacionou o carro na frente de um parque tranqüilo. Sabia que não tinha como fugir daquela conversa:
    -Bulminha querida, você está melhor?

  Diário, eu estava com muita vontade de chorar a muito tempo e já não agüentava mais segurar. Respondi que sim meio engasgada. Ela então me olhou carinhosamente e me perguntou o que estava acontecendo. Eu disse que nada. Notei que mamãe começou a ficar angustiada, pois eu nunca fora de comentar as coisas que aconteciam comigo para ela e isso a atormentava muito. Então ela quase que chorando também, me disse como um apelo:         -Querida, se não me contar o que te atormenta não posso te ajudar.  Isso que está fazendo não é justo comigo. Você acha que não percebo o quanto tem mudado? O quanto tem sofrido? Quanto mais percebo essas coisas, eu e seu pai vamos sofrendo junto com você. À noite, quando nos recolhemos para nosso quarto, ficamos conversando sobre você, nos perguntando o porquê anda tão nervosa, tão desanimada. Sei que se esforça para nos mostrar alegria, sai com os amigos, brinca, mas notamos que está faltando algo em você, algo que perdera. Não sei bem o que é. Por favor, me diga o que tem. Está sentindo falta do Yamchansinho?

        Não sei bem o que me deu na hora, mas olhando-a ali daquele jeito, de uma forma que não via antes, me pedindo para lhe tirar da sua angustia de mãe acabei soltando uma palavra, a primeira que veio à minha mente, o motivo pelo qual eu tenho sofrido, uma palavra que não era apenas uma palavra, mas um nome que conhece bem:” Vegeta". Então ela me olhou sem entender nada e eu debrucei completamente em seu colo soluçando e chorando:
    -É o Vegeta, aquele inútil. Eu o odeio... Eu o amo... Nem sei. Por favor, mamãe ajude-me a ser quem eu era. Ele... Ele... Ele é um idiotaaaaaaaaa...



       Estava chorando como uma criança, não dizendo coisa com coisa. Mamãe então deixou que eu chorasse em seu colo um pouco e passando a mão na minha cabeça com carinho me confortou. Finalmente disse:
-Sempre percebi que havia algo naquele belo rapazinho que mexe com você. Mas saiba querida que você mexe muito mais com ele do que ele com você. Já havia percebido desde que ele chegou aqui. Por acaso ontem, passei pelo corredor enquanto discutiam. Já que sou sua mãe, tive que ver do que se tratava, então ouvi tudo. Não me intrometi, pois sabia que não ia gostar se fizesse isso. Ouvi toda a conversa e vi que Vegetasinho morre de medo de você querida.
      Surpresa, eu levantei a cabeça de seu colo e enxugando as lágrimas, curiosa com que mamãe estava falando , perguntei:
-Medo?Como assim, medo?
     Ela continuou:



 -Vegeta está vivendo uma experiência que nunca vivera antes. Oh!Veja bem querida: ele era um rapaz que veio de um planeta estranho onde às pessoas não têm os nossos laços de afeto, então ele conhece uma garota linda como você, cheia de energia, carinhosa e atenciosa. Portanto, você começa a cuidar dele, pois de certa forma o próprio pai-que os céus o tenham ou o inferno, eu acho - não fazia com ele. Ele começa a sentir algo diferente em relação a você. Você o faz liberar um lado tolerante, bom, que ele não conhecia e isso querida, assusta qualquer um como ele. Bulminha minha filha, pode ter certeza que Vegeta faz essas coisas por que está mais confuso do que você. Ele não sabe como agir: às vezes quer fugir, às vezes não. Percebo o quanto sente ciúmes de você. Quando não dá atenção para ele, fica mais carrancudo do que de costume. Faz tudo para chamar a sua atenção, inclusive agredir. É o jeito dele. Quando você não está bem, ele fica andando de um lado para o outro meio que preocupado. Ele faz isso inconscientemente, sem saber o que fazer. Isso está sendo uma experiência difícil para ambos, pois quer você queira ou não vocês são muito parecidos e com certeza ele já percebeu isso. O problema que nem você e nem ele dão o braço a torcer, por isso tanto sofrimento.
           Fiquei surpreendida como mamãe tem a capacidade de entender certas coisas. Jamais havia pensado como seria bom se abrir com ela como agora. Ela me deu um conselho que aceitei de bom grado e vou seguir à risca: vou viver a vida como tem que ser vivida, levantar a cabeça com dignidade e reparar mais em minha volta. O que tiver pra ser será. Estou me sentido bem melhor e leve graças à mamãe. Depois fizemos umas comprinhas no Shopping e trouxemos alguns doces gostosos para papai.
          Já estava bem disposta, mas cansada. Infelizmente não tive como resolver as pequenas coisas pendentes para a festa. Trabalho dobrado para amanhã. Não tem problema, estou me sentindo bem melhor agora. Mamãe obrigada, eu te amo. Só para completar, mamãe não agüentou e disse:
  -Oh querida!Você ainda vai ver, seja lá com quem for: Vegetasinho, Yamchansinho ou Mauricinho, ainda vai me dar lindos netos.
 Mamãe não tem jeito mesmo. Sacudi a cabeça sorrindo com a tamanha besteira que ela disse.
Ah Mamãe!
Continua

3 comentários:

  1. Eu simplesmente adoro esse capítulo, acho que é o meu favorito na fic inteira. No anime vemos a mãe de Bulma quase que alienada da realidade e você dá uma nova dimensão para ela que não se separa do real, a mãe que age com veemência na hora certa para proteger a filha. É por isso que sua fic é um sucesso Leda pode até ser uma invenção mas em todos os momento mantém um laço de fidelidade com a realidade de DBZ.

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  2. Nossa!!Nem sei oque dizer.Só posso agradecer tamanha gentileza!!!Obrigada de coração!!!

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  3. Eu amo esse capitulo!!

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