NOTA:Todos nós sabemos o quanto
Vegeta aprendeu, e na maioria das vezes, com muito sofrimento, a valorizar as
coisas simples da vida. Também sabemos que o que nos aproxima mais de nossos
heróis é a sua capacidade humana.Aquele modelo heróico de onipotência sem
sentido, ao qual o herói possuía atributos divinos, sem defeitos humanos, sem a
necessidade de aprender com os erros (se é que erravam) e sem a necessidade de
manterem-se alertas com a culpa, não nos preenche mais os sentidos. Queremos
nos identificar, nos comparar a eles, evoluir como eles.
Vegeta é um exemplo disso. Mesmo com
poderes incríveis, ele é humano: Errou, acertou, chorou, sentiu raiva, alegria,
dor, inveja, acima de tudo, aprendeu, amou, ,concordou, descobriu. Isso é tão
humano, não é mesmo? Não só Vegeta como Goku, Piccollo, todos eles têm sua
individualidade.
Akira Toryama aplicou tão bem a
personalidade a cada um deles ali, naquele universo fantástico, que não
conseguimos nos desprender. Aplico isso a outros animes, é claro.
Quem
não se surpreendeu quando descobrimos que Goku cresceu, casou-se com Chichi e
mais tarde, com ela teve Gohan? Quem não se surpreendeu quando descobrimos que
aquele Jovem que veio do futuro na verdade era filho de Bulma e Vegeta? Muitos
de nós nem imaginávamos isso.
O Verdadeiro herói é aquele que dribla seus
defeitos humanos e aprende com eles. E é por isso que hoje estamos aqui,
escrevendo sobre eles, criando situações que imaginamos que eles tenham vivido,
ou melhor, colocando entre linhas aquilo que não vimos na telinha ou no mangá.
Tudo graças a que? À característica humana de cada um deles, entrelaçada á
individualidade que faz cada um ser o que é: amado ou detestado. Isso realmente
é muito humano...
5 de Outubro: Calmaria
Esses dias até
que foram calmos aqui na Corporação Cápsula. Eu como sempre trabalhando e
cuidando da minha beleza. Portanto, diário, estou preocupada. Aquela
Manoella... Eu não sei exatamente o que ela pretende com o Vegeta. Está tudo
quieto demais por aqui...
Calmo demais...
No Shopping com Vegeta
É isso amor de verdade?
6 de Outubro: Compras
Acordei bem disposta.
Hoje eu tinha que fazer uns ajustes na sala de gravidade para o Vegeta, mas não
posso fazer tudo o que ele quer na hora que ele quiser. Faz parte do jogo.
Fui direto para a mesa
do café já posta. Mamãe havia saído para fazer compras e papai foi andar de
bicicleta pelo bairro. Vegeta estava lá, sentando de prontidão, esperando para
me fazer pressão para arrumar a cápsula de gravidade o quanto o possível, pois
como ele vive dizendo: “não
há tempo a perder.”
Sentei-me
tranqüilamente com o rosto amassado de sono e de camisola à mesa. Ele me olhou
espantado, com a cara típica de poucos amigos:
- Como é? Vai demorar muito? Tenho pressa,
não posso ficar à sua disposição.
Vegeta perguntou-me diretamente sem ao menos dizer bom dia. É...
Ele ainda não está bem comigo.
-Bom
dia Vegeta. - Desejei a ele
educadamente tomando calmamente minha xícara de café.
Ele ficou sem graça. Sim!
Ficou. Cruzou os braços timidamente e soltou um “HUFFF!” baixinho. Quanto a mim
diário, nada mais disse, apenas continuei tomando meu café calmamente. Revisei
na mente tudo o que mamãe me disse e acredito estar fazendo o que é certo agora
Vegeta suspirou fundo.
Estava tentando manter a calma. Olhou-me de soslaio, desconfiado. Acho que
estava tentando saber qual era a minha. Ficou assim por alguns minutos.
O jornal do dia ainda
estava dobrado sobre a mesa. Papai ainda não o havia lido. Mas isso não me
impediria de ser a primeira a lê-lo, não é mesmo? Peguei-o e o abri. Comecei a
ler atenciosamente as notícias, deixando Vegeta cada vez mais de lado com a
minha suposta indiferença e o meu extraordinário silêncio. Podia-se ouvir a sua
respiração, quase descontrolada, quase ofegante. Por dentro ele queria gritar
comigo, me dar ordens, talvez até me matar. Uma vontade louca de rir estava
dentro de mim. Segurei-me. Continuei séria lendo o jornal. Para ser sincera eu
nem se quer estava prestando a atenção no que lia. Vegeta já se remexia na
cadeira impaciente... Mexia-se cada vez mais inquieto... Levantou-se
bruscamente, foi até a sacada, voltou, sentou-se de novo, cruzou os braços
novamente, depois os descruzou e começou a bater os dedos na mesa com a outra
mão apoiando o rosto. Ele deu uma suspirada profunda, mas tão profunda que
parecia que ia morrer. Depois cerrou os dentes fortemente e da mesma forma ia
cerrando os punhos. Levantou-se, e quando percebi que ele ia explodir, redobrei
o jornal, coloquei de volta na mesa e espreguicei deliciosamente, confortavelmente
como nunca! Que divertido! Finalmente eu disse:
- Ah vegeta! Quer saber? Estou entediada.
Ontem trabalhei tanto que queria fazer compras, mas mamãe não me chamou.
_ O
que eu tenho a ver com isso? – disse ele tentando manter uma aparente calma perante aquela
ansiedade toda. Vegeta estava louco para treinar. Mas para isso ele precisava
de mim. _ Ajuste a cápsula de gravidade
e depois faça o que quiser que eu não me importo.
Olhei bem para ele como se
o estivesse analisando, como se estivesse pensando se realmente eu deveria
fazer os ajustes.
_
Não sei vegeta... Hummm!
_ Não
sabe o quê? - Perguntou com tom irritado na voz.
_
Não sei se vou fazer os ajustes na sua máquina agora. Pensando melhor, eu vou
ao shopping fazer compras. Há muito não faço isso. Estou precisando. AH! Nem
pense em pedir ao papai para fazer isso. Tudo bem Vegeta? Ele tem que
descansar.
Levantei-me da mesa pronta
para ir para o quarto me arrumar. Mas antes sugeri:
_
Peça a um dos empregados da empresa.
Vegeta parecia que ia enlouquecer:
-
Ora, o que há com você? Está louca. Não vou pedir a esses incompetentes para
colocarem a mão na minha cápsula de treinamento. Você viu o que aconteceu da
última vez? Ajeite isso agora Bulma. É uma ordem. Senão...
-... Senão o máximo que você pode fazer é esperar. Pois está
decidido, eu vou ao shopping.
O interrompi com a voz
firme, mas sem alteração emocional nela. Diário, fiquei surpreendia comigo
mesma.
De repente Vegeta suspirou
fundo. Pareceu-me que ele contou até dez em pensamento. Tentou
ser humilde e me disse calmamente:
-Ouça-me
Bulma. Não há tempo a perder com futilidades. Estou fazendo a minha parte para
vencer aqueles andróides. Por que não tenta fazer a sua? Entendeu o que eu
quero dizer?
- Claro
que entendi Vegeta. Você está tão forte, não é mesmo? Não me canso de dizer a mim mesma o quanto é
um homem esforçado. Mas isso não significa que eu vou abrir das minhas
“futilidades”. É esse o nome que você deu as minhas necessidades não é?Eu sou
uma garota jovem e inteligente, que dá duro o dia inteiro, e quando eu quero
ter um tempo para mim mesma alguém vem e diz que minhas necessidades não passam
de futilidades. Vou ao shopping. Até mais tarde Vegeta.
Diário, quando eu dei
meia volta para seguir em direção ao corredor Vegeta gritou quase como uma
súplica.
- Hei Bulma espere.
- O
que foi?_ Perguntei. O orgulho do sayajin é tão grande que ele hesitou em me
implorar. Não o fez:
- Hunf! –Resmungou.
Daí me surgiu uma idéia.
-
Hei Vegeta. Você pode ir ao shopping comigo. Isso adiantaria muito. Você pode
me ajudar com as compras. Como da ultima vez. Lembra-se?
-
Está realmente louca se acha que vou voltar àquele lugar com você !
-Ah!Então
está bem.Não queria ir sozinha. Acho que vou chamar as minhas amigas. Vai
ser mais divertido. Vamos fazer compras, olhar os rapazes bonitos, depois nós
vamos ao cabeleleiro e depois vamos fazer um lanche, conversar e... Nossa! Isso
vai demorar, não é?Eu e minhas amigas temos que colocar os assuntos em dia. Provavelmente
depois devo ir à casa de uma delas para apreciarmos nossas compras e depois...
Há! Não importa. Acho que vou ter que ajustar a cápsula amanhã mesmo. Pelos
meus cálculos devo chegar em casa umas cinco horas da tarde.Portanto, não me
espere. Aconselho que arrume uma forma alternativa de treinamento para esse
tipo de emergência.
O olhar de desespero
tomou conta de Vegeta. Hahahahahhah!E eu adorei:
-Ora você... _ disse ele
tentando se controlar. Ia me soltar todas pelo que percebi. Retorceu a face
como se estivesse fazendo um esforço tremendo. Mas Vegeta se entregou: - Ora, está bem. Eu vou com você. Faço isso
para não prejudicar meu treinamento, fique sabendo. E vá se trocar rápido pelo
menos.
Dei um pulinho de
alegrinha:
- Aha!
Que divertido!Vamos voando, não é?
Ele respondeu ranzinza:
- AAF! Como
quiser. Mas se eu te deixar cair o problema não é meu.
Aproximei-me dele devagar. Sorri faceiramente olhando-o nos olhos
enquanto chegava mais perto. Vegeta estava com os braços cruzados como de
costume. Cheguei bem perto dele, bem pertinho mesmo. Ele corou. De repente o
agarrei e lhe dei um beijo forte. Ele assustou-se e arregalou os olhos:
-
Sabia que você é um amor?- Eu disse soltando uma gargalhada discreta e se afastando dele
como uma criança que acaba de fazer uma travessura.
-
Vou me trocar. Prometo que não vou demorar.
Diário, precisava ver a cara que Vegeta ficou depois que o deixei
esperando. Parecia um bobo. Estava tão vermelho. E ele gostou, claro que
gostou. Retribuiu o beijo, não reagiu. Do contrário não teria sentindo a língua
dele dentro da minha boca se enroscando na minha deliciosamente, suavemente e
ao mesmo tempo intensamente. Ai, que beijo bom!Ele beija tão bem...
No
Shopping: Diário, quando fiquei pronta fui até Vegeta e ele com muita
pressa me pegou no colo e saiu voando comigo pela sacada.Como voar é divertido
uhu!!
Fiquei tão
aconchegada no colo dele. Meus braços em volta do seu pescoço, seu rosto
sério... E eu só sorrindo.
Vez ou outra ele me olhava nos olhos. Será que ele
estava tentando entender porque eu ria tanto? Voar com Vegeta é uma experiência
única a qual eu aproveito todos os segundos. Sinto que ele me segura com força
e me protege, apesar de não admitir.
- Mais rápido Vegeta! Hahaha!Uhu!!! – Pedi a ele
entusiasmada. Ele me olhou com um sorriso no canto da boca e acelerou.
- Ahaha! Que delícia!
Estávamos eu e Vegeta
nos céus da Capital do Oeste voando rumo as compras.
Ele desceu no pátio
vago do shopping. Algumas pessoas que estavam lá se assustaram com aquilo. Mas
não demos confiança. Entramos no shopping.
- Vegeta, escuta. Primeiro vou comprar
lingeries. Vamos entrar naquela loja ali.
- O quê? Não vou entrar nessa loja
de calcinhas com você. E além do mais para que comprar? Para aquele porco
vulgar ficar usando na cabeça?
Sabia que o Oloong
não iria deixar de fazer essa coisa horrível. Ai, diário, que vergonha do
Vegeta. O pior que eu nem soube o que dizer.
- É... Vou deixar as lingeries por ultimo. ^^ Ah! Vegeta ali tem
camisas lindas para você. Vamos lá?
Vegeta sempre
ficava calado. Mas me ajudou com os pacotes. Ora, mas ele nem ousou reclamar,
pois ganhou roupas novas. E exigente! O
sayajin tem bom gosto para roupas.
Muitas das
vezes ele perdia a paciência com as balconistas e as chamava de idiotas e
reclama o quanto que falavam muito:
- Ora
sua mulher idiota! Não entende que ela está lhe pedindo? Ela disse uma saia e
não um pedaço de pano.
Tive que me desculpar
várias vezes e fomos expulsos de duas lojas. Vegeta não controla o gênio.
Nessas horas acreditei que ter trazido o Vegeta comigo não foi boa idéia. Mas
em outras eu acreditei o contrário:Que foi maravilhoso e divertido.
Eu estava precisando de novas lingeries Não
podia deixar de comprar por causa do Vegeta. Aquilo já estava demorando demais.
Já era quase meio dia quando entramos na loja. Mas até que ele não estava muito
ansioso. Entrou na loja sem reclamar.
A balconista colocou
vários modelos no balcão. Cada um mais bonito que o outro. Vegeta estava
vermelho. Sim, ele estava envergonhado.
- Olha Vegeta. Essa não é linda! – Mostrei a ele.
- Ora cale-se! Eu não entendo dessas coisas. Como pode me perguntar um
absurdo desses?
Olhei para a
balconista e dei um sorrisinho:
_ AH! Não liga para ele. Hoje ele está de
mau humor.
A Balconista deu um
sorriso:
- Eu
acho tão bonito quando namorados vêm comprar juntos, assim como vocês. É tão
romântico! – soltou um suspiro profundo.
Vegeta ficou vermelho e já
ia dizendo grosserias para a moça:
- Ahf! Sua creti...
Antes que ele pudesse
completar a frase eu o puxei com a mão em direção a uma cueca samba canção:
-
AHHHHH! Vegeta! Olhe que graça. É azul e de listrinhas! Combina com você.
Comecei a murmurar para
ele:
- Escuta aqui Vegeta. Não vê que está me envergonhando? Comporte-se senão eu vou
ficar irritada e não vou conseguir me concentrar e ajustar a nave. Entendeu?
-Mas
como você é chantagista. Isso me enoja!
-Tá
bom Vegeta. Vou finjir que lição de moral combina com você.
Ele resmungou baixinho. Olhei para a atendente e gritei:
Vamos levar essa cueca aqui
também. Você tem outros modelos de cueca para ele?Poderia mostrá-lo?
Diário, esse Vegeta! Acredita
que quando falei isso ele quase morreu? Colocou as mãos nos meus ombros e me
fez abaixar no chão junto com ele para se esconder de todos:
- Ora! O que está fazendo? Quem está me matando de vergonha aqui é você. Precisa
gritar desse jeito? Mas como você fala alto.
- Ah!
Vegeta. Seus ouvidos é que são sensíveis demais. Não vê que sou uma dama?
Eu sou uma dama, não é
mesmo diário? O Vegeta que é muito lunático.
Levantei-me e peguei algumas lingeries que achei bonitas. Vegeta
foi andando atrás de mim. Estava entrando na cabine para experimentá-las.
Percebi que Vegeta ia entrando comigo.
- Hei
Vegeta o que está fazendo? Você não pode entrar aqui. Vou experimentar essas
lingeries.
- O
quê? Isso tudo? Você é uma lesma ambulante. Vai ficar ai por horas. Droga!
- Seja
bonzinho Vegeta e vá escolher algo que goste. Prometo não demorar. E não me
cause problemas entendeu? - Disse a ele fechando a porta da cabine.
- Já
disse para você falar baixo sua louca. E pare de me dar ordens.
- Agora quem está gritando é você Vegeta. _ O alertei de dentro da cabine.
Vegeta sumiu por alguns
minutos, o que meu deu tempo para respirar e experimentar tudo em paz.
Já estava na ultima peça
quando ouvi um sussurro vindo da porta da cabine.
_
Hei, garota chantagista? Garota terráquea chantagista. Ainda está ai?
Era vegeta sussurrando.
Que estranho. Por que estava falando aquilo tão baixo?
_ O
que foi Vegeta? Quer me atrasar ainda mais?Isso não vai ser bom para você.
Continuou sussurrando:
_ Ora!
Abra essa porta, tonta. Tenho uma encomenda especial para você.
Encomenda? Achei estranho
aquilo e abri para ver o que seria.Diário,você nem vai acreditar.Vegeta é
surpreendente.Acredita que assim que abri a cabine ele me empurrou
entrando para dentro dela e fechou a
tranca:
- O
que está fazendo Vegeta?
- Cale-se! _Mandou
ainda sussurrando com o gesto de silêncio com o dedo sobre a boca. E eu fiquei
sem entender nada. Poderia ter pensado mil coisas ruins de Vegeta naquela hora:
Que ele estava fechando a cabine para me matar e sair de mansinho, que ele ia
me dizer uma coisa horrível que iria fazer com que eu desistisse de tudo que
estava fazendo, mas não. Era impossível pensar tal coisa ao ver as feições de
seu rosto. Ele estava sorrindo, digamos que eufórico. Sua mãos agarrando minha
cintura com firmeza e me encostando no canto da cabine:
_ Eu
queria ver você assim. Desse jeito. Fiquei curioso sua malcriada chantagista.
Arrepiei-me com o olhar dele:
- Vegeta! Não. Aqui não é hora e nem lugar...
Ele me interrompeu dizendo baixinho em meus ouvidos
- Já
disse para se calar. Terei que te beijar para que me obedeça?Além disso...
Hum... Gostei desse modelo. Sabia que você fica linda de vermelho?
Corei com aquelas palavras
inebriantes. Mas eu estava com medo. Estávamos em um lugar público.
- Não.
Meu Deus! Vegeta as pessoas...
- Haha!Eu
pouco me importo com essas pessoas insignificantes. _ Me beijou
fortemente_ Eu me importo é com isso:
essa situação, sua chantagista Malcriada!_ Me beijou novamente com fervor.
Interrompi o beijo.
- Pare
de me chamar assim Vegeta. Isso é muito...
Ai, diário. Vegeta não me deixava falar nada. Toda vez que eu ia
completar alguma frase ele me interrompia bruscamente com um beijo:
- Ora
Bulma! Não vai me dizer que não gosta? _ Foi dizendo me pegando de um jeito...
Ai diário, nem conto! Foi me beijando o pescoço alucinadamente, como se fosse
me devorar toda. Eu nunca o tinha visto assim. Ele estava em um estado. AFF!
Deus! E Ele continuava: - Não vai me
dizer que não gosta quando eu te agarro dessa forma e puxo você contra meu
corpo desse jeito? Ou quando eu mordo levemente seus lábios dessa forma...
_OH
Vegeta! Pare com isso.
Disse a ele o empurrando para frente, abrindo a cabine e tentando
o colocar para fora.
- Nas
o que você tem?_Perguntou indignado.
- O que
eu tenho? Eu quem pergunto o que você tem?
Ele fechou a porta novamente:
- Escuta aqui Bulma. Por acaso está bancando a difícil? Saiba que isso não me
convence. _ Falou ríspido e irônico ao mesmo tempo.
Lógico que fiquei irritada, mas me controlei dizendo:
- Deixe
de ser grosseiro comigo Vegeta. Faço tudo para agradar você e você me trata
como uma mulher qualquer? Esse seu vocábulo cafajeste: “Garota chantagista, garota malcriada, vem aqui que vou te ensinar uma
lição.” Isso não faz com que eu me sinta bem. E você está parecendo um
homem vulgar, safado e cafajeste. Não é nada romântico, tá bom?Estou cansada
disso. Dá para sair para que eu me troque. Você está perdendo tempo aqui.
Ele me fitou por alguns minutos. Depois sorriu levemente:
- E
você queria que eu fizesse o que? _ Perguntou agarrando meus punhos e me encostando no canto
novamente: - Que eu olhasse bem nos
fundos dos teus olhos , como estou fazendo agora e falasse que eu quero você ,
pois para mim não importa onde estamos, o que me importa é estar ao seu
lado?Queria que eu sussurrasse em seus ouvidos, tal como faço agora, que você é
a mulher de toda a minha vida? A Maior de todas as minhas conquistas?
Estremeci. Não sabia o que
dizer na hora. Meu instinto me dizia que aquilo não era uma declaração de amor.
Vegeta estava sendo cruel:
- Você queria que depois de lhe tivesse por inteira eu novamente te olhasse
nos olhos e declarasse que eu te amo e...
Aquilo já bastava. Não sei como consegui me soltar das mãos dele,
mas meu impulso foi forte e acabei lhe esbofeteando a face:
- Cale-se Vegeta. Não faça isso comigo que eu não vou permitir essa sua maldade.
Agora me deixe a sós para eu me trocar e vamos para a casa que tenho muito que
fazer. Não quer que eu ajuste mais a sua nave?
Eu me segurei como
ninguém para não chorar. E não chorei. Estava forte e prometi que isso não ia
mais me abater. Entenda diário, é uma situação a qual se eu agir com a cabeça
quente, posso colocar tudo a perder. Eu estava sendo dura com ele e colocando
respeito onde estava faltando.
Mas Vegeta é muito
orgulhoso, também não ia se deixar por vencido, mesmo sendo essa uma batalha a
qual ele nunca havia lutado. Mas posso dizer que meu tapa e minhas palavras o
fizeram refletir, pois vi um brilho em seu olhar. O famoso brilho da razão.
Nunca me esqueço que
a arrogância dos orgulhosos, mesmo sabendo que estão errados, é uma arma
perfeita para a estúpida vaidade que os domina. Portanto Vegeta ao abrir a
porta da cabine, mudou seu olhar para o mais frio que conseguisse improvisar
naquele momento, deu um sorriso debochado e saiu sem dizer nada.
Assim que ele saiu da
minha vista eu respirei fundo. Eu tremia como uma vara, meu coração acelerou.
Busquei forças no fundo da minha alma e me recompus como devia.
Pensei que Vegeta
tinha ido embora, mas ele ainda me esperava. Estava sério e pensativo. Então
fingi que nada havia acontecido:
- Bem Vegeta. Vamos embora. Temos muito que fazer, não é mesmo?E não precisa se
aborrecer, você não vai ter que sair por ai voando com todos esses pacotes e
comigo no colo. Afinal se você me deixasse cair, a culpa não seria sua, não é
mesmo? -Dei uma piscadinha para ele - Portanto trouxe a cápsula do meu carro.
- Hunf! _Resmungou, mas nada disse. Estava com a cara fechada. Acredito
que estava se sentindo contrariado. Não tenho certeza disso.
Durante nosso trajeto para
a casa um silêncio desconfortante predominava no ar. Mas que coisa chata, não é
mesmo meu diário?Eu não ia tolerar esse clima ruim por muito tempo. Então de
repente disse animadamente:
-UHU! Segure-se Vegeta, pois eu vou acelerar.
Então acelerei o carro e em
alta velocidade extravasei toda a raiva contida. Vegeta agarrou-se na porta
para se segurar. E lá fui eu...
Não, não e não. Eu não
estou triste. Estou bem meu diário. Um pouco cansada, nada mais. E pensar que
quando chegamos, após o almoço Vegeta ia tirar um cochilo:
-Aonde vai Vegeta?- Perguntei ao vê-lo sair da mesa e ir em direção do corredor onde
fica seu quarto.
- O
que você acha?Vou descansar até você ajustar a nave de gravidade. Já não basta
me alugar o dia inteiro ainda quer satisfações de onde vou e o que vou fazer?
Por favor, Bulma, não seja ridícula.
- Está enganado Vegeta. Quem está sendo ridículo é você. Você acha mesmo que vou
ajustar aquela máquina sozinha? Pergunto-me porque os sayajins não trabalham.
São muito preguiçosos. Você vai me ajudar, já que não quer que nenhum
funcionário coloque as mãos na “sua” nave. Lembra-se?
Sabe aquela frase “Tudo que disser será usado contra você...” Pois
então. É uma tática infalível para quem gosta de falar demais sem pensar.
- Hahahahaha! - Gargalhou incrédulo - Acha
mesmo que vou lhe ajudar?De onde tirou essa idéia?
- Isso não é uma idéia Vegeta. Isso é um fato. E já ouviu aquela regra que diz
que se trabalha pelo que come?Você não é uma exceção. Acredite. Se não me
ajudar, não terá como treinar. A não ser de uma forma alternativa, como já
disse.
Eu poderia ter dito muito
mais coisas. Falar das roupas que compro para ele, jogar a comida que ele come
na cara. Mas isso não seria bom, pois a minha intenção não é humilhar Vegeta.
Nunca! Eu o amo muito. Mas é esse amor que está fazendo com que eu seja dura
com ele. Talvez seja isso que é amar de verdade. Amar não é fazer vontade
da pessoa amada e sim fazer o que é realmente bom para ela, nem que isso
signifique ser dura.
É claro que Vegeta não
concordou com a história:
- Estou cansado de receber essas suas ordens
estúpidas. Faça o que quiser. Vou pedir a um dos empregados da empresa. Não
preciso de você. É muito convencida e petulante. Esqueça! Isso que aconteceu
hoje não vai mais se repetir. Ouviu bem? - Senti certa amargura em suas
palavras - Não sei o porquê acabei me
submetendo a essa palhaçada de hoje. Hunf!Eu sou um guerreiro, o príncipe da
minha raça. No momento você pode estar se esquecendo disso. Mas quando eu
vencer os andróides todos vocês vão se lembrar disso... Pode ter certeza que
VOCÊ vai se lembrar de quem eu sou.
Cerrou os punhos e foi
correndo para a sacada. Fui atrás dele e gritei antes que levantasse vôo:
- É
uma pena que veja as coisas dessa forma Vegeta. - Ele parou e continuei_ É uma pena, pois
se fosse menos orgulhoso enxergaria o quanto importante é o que nos rodeia. Mas não sou eu quem vai lhe dizer isso. O tempo
encarrega-se desse trabalho. E mais uma vez você não é exceção a isso. Nem eu, nem
ninguém. - Ele continuou parado. Não vi a
expressão do seu rosto.
_ Você vive preocupado com o quanto Goku e forte e se
tortura em tentar entender como um guerreiro de classe baixa possa ter
ultrapassado os poderes de um nobre de classe alta, não é?
Vegeta não se movia. Ainda de costas perguntou:
-E o
que você sabe sobre isso?
- O
que eu sei Vegeta? Não vai gostar da resposta, mas vou ser sincera com você.
Conheço Goku desde menino e o que eu descobri que a maior força dele está no
coração. Goku não guarda segredos de sua força. Está me entendendo Vegeta?
Aquele dia dos em que eu tomei as píluas para dormir, vi que ficou preocupado e
você disse que me amava eu ...
Ele me interrompeu:
- Me
deixe em paz Bulma. _ disse com a voz
amargurada, porém firme. - Não me
aborreça.
Assim ele ganhou os céus e
sumiu entre as nuvens. Perguntei-me para onde ele iria àquela hora.
São dez horas da noite e Vegeta ainda não retornou. Eu não ajustei
a cápsula. Não podia voltar atrás. Entenda meu diário que não foi por uma
questão de orgulho e nem pela questão do jogo. Eu o amo, simplesmente por isso.
Nada mais, além disso.
Boa noite meu doce
diário...
Ajustando a cápsula de gravidade.
09 de outubro:
- Bulma. Bulma.
Acorde!
Acordei com a voz de Vegeta no meu quarto pela
manhã.
- O que foi Vegeta. São
seis horas da manhã, o que você quer?
Diário, o que deu em Vegeta? Perguntei-me.
Bom, ele sumiu por quase dois dias e seja lá o que ele estava fazendo, ele pelo
menos deve ter pensado um pouco na situação.
- Deixe de moleza.
Estou disposto a ajudá-la com a cápsula de gravidade.
Ai, eu não acredito que estava ouvindo
aquilo.
- Tá bom! Já
estou indo. Espere-me lá na nave que vou me trocar.
Vesti meu macacão de trabalho e fui até
Vegeta. Levei os equipamentos necessários e comecei a trabalhar.
- Vegeta, eu não
consigo entender o que você arruma com esse controlador de gravidade. Veja só,
está todo desregulado.
- Pois devia entender.
Você vive dizendo que é um gênio. Portanto não me pergunte.
- Está bem, está bem
Vegeta. Mas olha, precisa ter mais cuidado com isso. É um equipamento muito
delicado.
- Então devia tê-lo
feito mais forte. Está cansada de saber que nós sayajins temos muita força e
muitas vezes não a controlamos.
Força?!
Aquilo não se trata de força.
-Isso não faz sentido Vegeta.
Isso aqui não foi força, isso aqui foram os seus dedos desajeitados que não
sabiam onde estavam apertando. Passe-me a chave número 6, por favor.
Pedi
a ele.
- Como
vou saber qual é a chave número 6. Ora essa!
-Não
está escrito?
- Se
tivesse eu já teria achado. O que pensa que sou?
- Me
desculpe. É essa ai com um cabo laranja.
Ele me passou. Abri o compartimento lacrado
e conectei meu computador no plugin da caixa de gravidade.
- Hum...
Vamos ver. Taxa de transferência... Está tudo ok. Veja só. É isso!
Bom, eu tenho mania de trabalhar falando alto
.Isso é um costume meu. Vegeta tentava entender o que estava acontecendo. Seus
olhos acompanhavam com ansiedade as minhas mãos na tecla do computador.
- AH!
Então é esse o problema! Eu sou mesmo brilhante. Era uma coisa boba. Agora vou travar esse controle de regulagem
para que seus dedinhos nervosos não atrapalhem a regulagem de gravidade. É só
colocar isso aqui e mais isso. Inserir o código de segurança e prontinho!
Vegeta me olhou abismado:
- O que
foi? Já está pronta?
- Aham... Agora pode treinar o quanto quiser. E não precisa me
olhar com essa cara. Sei que sou muito inteligente.
-Mas é só isso? -Gritou indignado.
Na verdade diário, eu sei muito bem
porque Vegeta ficou tão pasmo. Eu o condenei em ir ao shopping comigo só para
depois ajustar algo tão rápido. Ele ficou furioso. Mas por Kami-sama que não
agi levianamente. Não imagina que o problema era algo tão simples.
- Pois é
Vegeta. Imagine só.
Ele não quis perder tempo. Estava tão louco
para treinar que não discutiu. Então entendendo a sua pressa, ajeitei as minhas
coisas e fui embora. Disse a ele que se houvesse mais algum problema que era
para me falar que “nós” daríamos um
jeito.
Pois é meu querido diário. Foi isso.
Vegeta treinou o dia inteiro e eu trabalhei. Foi assim o dia de hoje.
AI!
Agora vou dormir que estou muito cansada.
Boa
noite.
CONTINUA...
Perfeito, ficou lindo!!!!
ResponderExcluirAdorei amei !!
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