sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Capítulo 21 No Shopping com Vegeta É isso amor de verdade?



NOTA:Todos nós sabemos o quanto Vegeta aprendeu, e na maioria das vezes, com muito sofrimento, a valorizar as coisas simples da vida. Também sabemos que o que nos aproxima mais de nossos heróis é a sua capacidade humana.Aquele modelo heróico de onipotência sem sentido, ao qual o herói possuía atributos divinos, sem defeitos humanos, sem a necessidade de aprender com os erros (se é que erravam) e sem a necessidade de manterem-se alertas com a culpa, não nos preenche mais os sentidos. Queremos nos identificar, nos comparar a eles, evoluir como eles.

         Vegeta é um exemplo disso. Mesmo com poderes incríveis, ele é humano: Errou, acertou, chorou, sentiu raiva, alegria, dor, inveja, acima de tudo, aprendeu, amou, ,concordou, descobriu. Isso é tão humano, não é mesmo? Não só Vegeta como Goku, Piccollo, todos eles têm sua individualidade.

          Akira Toryama aplicou tão bem a personalidade a cada um deles ali, naquele universo fantástico, que não conseguimos nos desprender. Aplico isso a outros animes, é claro.

Quem não se surpreendeu quando descobrimos que Goku cresceu, casou-se com Chichi e mais tarde, com ela teve Gohan? Quem não se surpreendeu quando descobrimos que aquele Jovem que veio do futuro na verdade era filho de Bulma e Vegeta? Muitos de nós nem imaginávamos isso.

 O Verdadeiro herói é aquele que dribla seus defeitos humanos e aprende com eles. E é por isso que hoje estamos aqui, escrevendo sobre eles, criando situações que imaginamos que eles tenham vivido, ou melhor, colocando entre linhas aquilo que não vimos na telinha ou no mangá. Tudo graças a que? À característica humana de cada um deles, entrelaçada á individualidade que faz cada um ser o que é: amado ou detestado. Isso realmente é muito humano...

                                         

5 de Outubro: Calmaria
    

           Esses dias até que foram calmos aqui na Corporação Cápsula. Eu como sempre trabalhando e cuidando da minha beleza. Portanto, diário, estou preocupada. Aquela Manoella... Eu não sei exatamente o que ela pretende com o Vegeta. Está tudo quieto demais por aqui...





Calmo demais...





No Shopping com Vegeta

É isso amor de verdade?




6 de Outubro: Compras




   Acordei bem disposta. Hoje eu tinha que fazer uns ajustes na sala de gravidade para o Vegeta, mas não posso fazer tudo o que ele quer na hora que ele quiser. Faz parte do jogo.

     Fui direto para a mesa do café já posta. Mamãe havia saído para fazer compras e papai foi andar de bicicleta pelo bairro. Vegeta estava lá, sentando de prontidão, esperando para me fazer pressão para arrumar a cápsula de gravidade o quanto o possível, pois como ele vive dizendo: “não há tempo a perder.”

     Sentei-me tranqüilamente com o rosto amassado de sono e de camisola à mesa. Ele me olhou espantado, com a cara típica de poucos amigos:

     - Como é? Vai demorar muito? Tenho pressa, não posso ficar à sua disposição.

      

Vegeta perguntou-me diretamente sem ao menos dizer bom dia. É... Ele ainda não está bem comigo.

-Bom dia Vegeta. - Desejei a ele educadamente tomando calmamente minha xícara de café.



   Ele ficou sem graça. Sim! Ficou. Cruzou os braços timidamente e soltou um “HUFFF!” baixinho. Quanto a mim diário, nada mais disse, apenas continuei tomando meu café calmamente. Revisei na mente tudo o que mamãe me disse e acredito estar fazendo o que é certo agora
+


  Vegeta suspirou fundo. Estava tentando manter a calma. Olhou-me de soslaio, desconfiado. Acho que estava tentando saber qual era a minha. Ficou assim por alguns minutos.

     O jornal do dia ainda estava dobrado sobre a mesa. Papai ainda não o havia lido. Mas isso não me impediria de ser a primeira a lê-lo, não é mesmo? Peguei-o e o abri. Comecei a ler atenciosamente as notícias, deixando Vegeta cada vez mais de lado com a minha suposta indiferença e o meu extraordinário silêncio. Podia-se ouvir a sua respiração, quase descontrolada, quase ofegante. Por dentro ele queria gritar comigo, me dar ordens, talvez até me matar. Uma vontade louca de rir estava dentro de mim. Segurei-me. Continuei séria lendo o jornal. Para ser sincera eu nem se quer estava prestando a atenção no que lia. Vegeta já se remexia na cadeira impaciente... Mexia-se cada vez mais inquieto... Levantou-se bruscamente, foi até a sacada, voltou, sentou-se de novo, cruzou os braços novamente, depois os descruzou e começou a bater os dedos na mesa com a outra mão apoiando o rosto. Ele deu uma suspirada profunda, mas tão profunda que parecia que ia morrer. Depois cerrou os dentes fortemente e da mesma forma ia cerrando os punhos. Levantou-se, e quando percebi que ele ia explodir, redobrei o jornal, coloquei de volta na mesa e espreguicei deliciosamente, confortavelmente como nunca! Que divertido! Finalmente eu disse:


 - Ah vegeta! Quer saber? Estou entediada. Ontem trabalhei tanto que queria fazer compras, mas mamãe não me chamou.


_ O que eu tenho a ver com isso? – disse ele tentando manter uma aparente calma perante aquela ansiedade toda. Vegeta estava louco para treinar. Mas para isso ele precisava de mim. _ Ajuste a cápsula de gravidade e depois faça o que quiser que eu não me importo.


  Olhei bem para ele como se o estivesse analisando, como se estivesse pensando se realmente eu deveria fazer os ajustes.

_ Não sei vegeta... Hummm!

_ Não sabe o quê? - Perguntou com tom irritado na voz.

_ Não sei se vou fazer os ajustes na sua máquina agora. Pensando melhor, eu vou ao shopping fazer compras. Há muito não faço isso. Estou precisando. AH! Nem pense em pedir ao papai para fazer isso. Tudo bem Vegeta? Ele tem que descansar.

  Levantei-me da mesa pronta para ir para o quarto me arrumar. Mas antes sugeri:

_ Peça a um dos empregados da empresa.

Vegeta parecia que ia enlouquecer:

- Ora, o que há com você? Está louca. Não vou pedir a esses incompetentes para colocarem a mão na minha cápsula de treinamento. Você viu o que aconteceu da última vez? Ajeite isso agora Bulma. É uma ordem. Senão...





-... Senão o máximo que você pode fazer é esperar. Pois está decidido, eu vou ao shopping.


  O interrompi com a voz firme, mas sem alteração emocional nela. Diário, fiquei surpreendia comigo mesma.

  De repente Vegeta suspirou fundo. Pareceu-me que ele contou até dez em pensamento. Tentou ser humilde e me disse calmamente:


-Ouça-me Bulma. Não há tempo a perder com futilidades. Estou fazendo a minha parte para vencer aqueles andróides. Por que não tenta fazer a sua? Entendeu o que eu quero dizer?


- Claro que entendi Vegeta. Você está tão forte, não é mesmo?  Não me canso de dizer a mim mesma o quanto é um homem esforçado. Mas isso não significa que eu vou abrir das minhas “futilidades”. É esse o nome que você deu as minhas necessidades não é?Eu sou uma garota jovem e inteligente, que dá duro o dia inteiro, e quando eu quero ter um tempo para mim mesma alguém vem e diz que minhas necessidades não passam de futilidades. Vou ao shopping. Até mais tarde Vegeta.


    Diário, quando eu dei meia volta para seguir em direção ao corredor Vegeta gritou quase como uma súplica.


 - Hei Bulma espere.

 - O que foi?_ Perguntei. O orgulho do sayajin é tão grande que ele hesitou em me implorar. Não o fez:

- Hunf! –Resmungou.

Daí me surgiu uma idéia.


- Hei Vegeta. Você pode ir ao shopping comigo. Isso adiantaria muito. Você pode me ajudar com as compras. Como da ultima vez. Lembra-se?


- Está realmente louca se acha que vou voltar àquele lugar com você !


-Ah!Então está  bem.Não queria ir sozinha. Acho que vou chamar as minhas amigas. Vai ser mais divertido. Vamos fazer compras, olhar os rapazes bonitos, depois nós vamos ao cabeleleiro e depois vamos fazer um lanche, conversar e... Nossa! Isso vai demorar, não é?Eu e minhas amigas temos que colocar os assuntos em dia. Provavelmente depois devo ir à casa de uma delas para apreciarmos nossas compras e depois... Há! Não importa. Acho que vou ter que ajustar a cápsula amanhã mesmo. Pelos meus cálculos devo chegar em casa umas cinco horas da tarde.Portanto, não me espere. Aconselho que arrume uma forma alternativa de treinamento para esse tipo de emergência.




   O olhar de desespero tomou conta de Vegeta. Hahahahahhah!E eu adorei:

-Ora você... _ disse ele tentando se controlar. Ia me soltar todas pelo que percebi. Retorceu a face como se estivesse fazendo um esforço tremendo. Mas Vegeta se entregou: - Ora, está bem. Eu vou com você. Faço isso para não prejudicar meu treinamento, fique sabendo. E vá se trocar rápido pelo menos.

  Dei um pulinho de alegrinha:

- Aha! Que divertido!Vamos voando, não é?

 Ele respondeu ranzinza:

- AAF! Como quiser. Mas se eu te deixar cair o problema não é meu.

Aproximei-me dele devagar. Sorri faceiramente olhando-o nos olhos enquanto chegava mais perto. Vegeta estava com os braços cruzados como de costume. Cheguei bem perto dele, bem pertinho mesmo. Ele corou. De repente o agarrei e lhe dei um beijo forte. Ele assustou-se e arregalou os olhos:


- Sabia que você é um amor?- Eu disse soltando uma gargalhada discreta e se afastando dele como uma criança que acaba de fazer uma travessura.
 - Vou me trocar. Prometo que não vou demorar.


            



Diário, precisava ver a cara que Vegeta ficou depois que o deixei esperando. Parecia um bobo. Estava tão vermelho. E ele gostou, claro que gostou. Retribuiu o beijo, não reagiu. Do contrário não teria sentindo a língua dele dentro da minha boca se enroscando na minha deliciosamente, suavemente e ao mesmo tempo intensamente. Ai, que beijo bom!Ele beija tão bem...




 

No Shopping: Diário, quando fiquei pronta fui até Vegeta e ele com muita pressa me pegou no colo e saiu voando comigo pela sacada.Como voar é divertido uhu!!

           Fiquei tão aconchegada no colo dele. Meus braços em volta do seu pescoço, seu rosto sério... E eu só sorrindo. 


Vez ou outra ele me olhava nos olhos. Será que ele estava tentando entender porque eu ria tanto? Voar com Vegeta é uma experiência única a qual eu aproveito todos os segundos. Sinto que ele me segura com força e me protege, apesar de não admitir.

      - Mais rápido Vegeta! Hahaha!Uhu!!! – Pedi a ele entusiasmada. Ele me olhou com um sorriso no canto da boca e acelerou.

   - Ahaha! Que delícia!

      Estávamos eu e Vegeta nos céus da Capital do Oeste voando rumo as compras.

         Ele desceu no pátio vago do shopping. Algumas pessoas que estavam lá se assustaram com aquilo. Mas não demos confiança. Entramos no shopping.

            - Vegeta, escuta. Primeiro vou comprar lingeries. Vamos entrar naquela loja ali.

           - O quê? Não vou entrar nessa loja de calcinhas com você. E além do mais para que comprar? Para aquele porco vulgar ficar usando na cabeça?

         Sabia que o Oloong não iria deixar de fazer essa coisa horrível. Ai, diário, que vergonha do Vegeta. O pior que eu nem soube o que dizer.

      - É... Vou deixar as lingeries por ultimo. ^^ Ah! Vegeta ali tem camisas lindas para você. Vamos lá?

              Vegeta sempre ficava calado. Mas me ajudou com os pacotes. Ora, mas ele nem ousou reclamar, pois ganhou roupas novas.  E exigente! O sayajin tem bom gosto para roupas.

               Muitas das vezes ele perdia a paciência com as balconistas e as chamava de idiotas e reclama  o quanto que falavam muito:

- Ora sua mulher idiota! Não entende que ela está lhe pedindo? Ela disse uma saia e não um pedaço de pano.

      Tive que me desculpar várias vezes e fomos expulsos de duas lojas. Vegeta não controla o gênio. Nessas horas acreditei que ter trazido o Vegeta comigo não foi boa idéia. Mas em outras eu acreditei o contrário:Que foi maravilhoso e divertido.

      Eu estava precisando de novas lingeries Não podia deixar de comprar por causa do Vegeta. Aquilo já estava demorando demais. Já era quase meio dia quando entramos na loja. Mas até que ele não estava muito ansioso. Entrou na loja sem reclamar.

        A balconista colocou vários modelos no balcão. Cada um mais bonito que o outro. Vegeta estava vermelho. Sim, ele estava envergonhado.

     - Olha Vegeta. Essa não é linda! – Mostrei a ele.


     - Ora cale-se! Eu não entendo dessas coisas. Como pode me perguntar um absurdo desses?

      Olhei para a balconista e dei um sorrisinho:


     _ AH! Não liga para ele. Hoje ele está de mau humor.


 A Balconista deu um sorriso:


- Eu acho tão bonito quando namorados vêm comprar juntos, assim como vocês. É tão romântico! – soltou um suspiro profundo.

 Vegeta ficou vermelho e já ia dizendo grosserias para a moça:


 - Ahf! Sua creti...


  Antes que ele pudesse completar a frase eu o puxei com a mão em direção a uma cueca samba canção:

 -  AHHHHH! Vegeta! Olhe que graça. É azul e de listrinhas! Combina com você.

  Comecei a murmurar para ele:

- Escuta aqui Vegeta. Não vê que está me envergonhando? Comporte-se senão eu vou ficar irritada e não vou conseguir me concentrar e ajustar a nave. Entendeu?

-Mas como você é chantagista. Isso me enoja!

-Tá bom Vegeta. Vou finjir que lição de moral combina com você.

Ele resmungou baixinho. Olhei para a atendente e gritei:

 Vamos levar essa cueca aqui também. Você tem outros modelos de cueca para ele?Poderia mostrá-lo?

 Diário, esse Vegeta! Acredita que quando falei isso ele quase morreu? Colocou as mãos nos meus ombros e me fez abaixar no chão junto com ele para se esconder de todos:

- Ora! O que está fazendo? Quem está me matando de vergonha aqui é você. Precisa gritar desse jeito? Mas como você fala alto.


- Ah! Vegeta. Seus ouvidos é que são sensíveis demais. Não vê que sou uma dama?


   Eu sou uma dama, não é mesmo diário? O Vegeta que é muito lunático.

Levantei-me e peguei algumas lingeries que achei bonitas. Vegeta foi andando atrás de mim. Estava entrando na cabine para experimentá-las. Percebi que Vegeta ia entrando comigo.


- Hei Vegeta o que está fazendo? Você não pode entrar aqui. Vou experimentar essas lingeries.


- O quê? Isso tudo? Você é uma lesma ambulante. Vai ficar ai por horas. Droga!


- Seja bonzinho Vegeta e vá escolher algo que goste. Prometo não demorar. E não me cause problemas entendeu? - Disse a ele fechando a porta da cabine.


- Já disse para você falar baixo sua louca. E pare de me dar ordens.


- Agora quem está gritando é você Vegeta. _ O alertei de dentro da cabine.

 Vegeta sumiu por alguns minutos, o que meu deu tempo para respirar e experimentar tudo em paz.


   Já estava na ultima peça quando ouvi um sussurro vindo da porta da cabine.

_ Hei, garota chantagista? Garota terráquea chantagista. Ainda está ai?

   Era vegeta sussurrando. Que estranho. Por que estava falando aquilo tão baixo?

_ O que foi Vegeta? Quer me atrasar ainda mais?Isso não vai ser bom para você.

Continuou sussurrando:


_ Ora! Abra essa porta, tonta. Tenho uma encomenda especial para você.


 Encomenda? Achei estranho aquilo e abri para ver o que seria.Diário,você nem vai acreditar.Vegeta é surpreendente.Acredita que assim que abri a cabine ele me empurrou entrando  para dentro dela e fechou a tranca:


- O que está fazendo Vegeta?


- Cale-se! _Mandou ainda sussurrando com o gesto de silêncio com o dedo sobre a boca. E eu fiquei sem entender nada. Poderia ter pensado mil coisas ruins de Vegeta naquela hora: Que ele estava fechando a cabine para me matar e sair de mansinho, que ele ia me dizer uma coisa horrível que iria fazer com que eu desistisse de tudo que estava fazendo, mas não. Era impossível pensar tal coisa ao ver as feições de seu rosto. Ele estava sorrindo, digamos que eufórico. Sua mãos agarrando minha cintura com firmeza e me encostando no canto da cabine:


_ Eu queria ver você assim. Desse jeito. Fiquei curioso sua malcriada chantagista.

Arrepiei-me com o olhar dele:



- Vegeta! Não. Aqui não é hora e nem lugar...


Ele me interrompeu dizendo baixinho em meus ouvidos


- Já disse para se calar. Terei que te beijar para que me obedeça?Além disso... Hum... Gostei desse modelo. Sabia que você fica linda de vermelho?


 Corei com aquelas palavras inebriantes. Mas eu estava com medo. Estávamos em um lugar público.


- Não. Meu Deus! Vegeta as pessoas...


- Haha!Eu pouco me importo com essas pessoas insignificantes. _ Me beijou fortemente_ Eu me importo é com isso: essa situação, sua chantagista Malcriada!_ Me beijou novamente com fervor. Interrompi o beijo.


- Pare de me chamar assim Vegeta. Isso é muito...


Ai, diário. Vegeta não me deixava falar nada. Toda vez que eu ia completar alguma frase ele me interrompia bruscamente com um beijo:


- Ora Bulma! Não vai me dizer que não gosta? _ Foi dizendo me pegando de um jeito... Ai diário, nem conto! Foi me beijando o pescoço alucinadamente, como se fosse me devorar toda. Eu nunca o tinha visto assim. Ele estava em um estado. AFF! Deus! E Ele continuava: - Não vai me dizer que não gosta quando eu te agarro dessa forma e puxo você contra meu corpo desse jeito? Ou quando eu mordo levemente seus lábios dessa forma...


_OH Vegeta! Pare com isso.


Disse a ele o empurrando para frente, abrindo a cabine e tentando o colocar para fora.


- Nas o que você tem?_Perguntou indignado.


- O que eu tenho? Eu quem pergunto o que você tem?


Ele fechou a porta novamente:


- Escuta aqui Bulma. Por acaso está bancando a difícil? Saiba que isso não me convence. _ Falou ríspido e irônico ao mesmo tempo.

Lógico que fiquei irritada, mas me controlei dizendo:


- Deixe de ser grosseiro comigo Vegeta. Faço tudo para agradar você e você me trata como uma mulher qualquer? Esse seu vocábulo cafajeste: “Garota chantagista, garota malcriada, vem aqui que vou te ensinar uma lição.” Isso não faz com que eu me sinta bem. E você está parecendo um homem vulgar, safado e cafajeste. Não é nada romântico, tá bom?Estou cansada disso. Dá para sair para que eu me troque. Você está perdendo tempo aqui.


Ele me fitou por alguns minutos. Depois sorriu levemente:

- E você queria que eu fizesse o que? _ Perguntou agarrando meus punhos e me encostando no canto novamente: - Que eu olhasse bem nos fundos dos teus olhos , como estou fazendo agora e falasse que eu quero você , pois para mim não importa onde estamos, o que me importa é estar ao seu lado?Queria que eu sussurrasse em seus ouvidos, tal como faço agora, que você é a mulher de toda a minha vida? A Maior de todas as minhas conquistas?


  Estremeci. Não sabia o que dizer na hora. Meu instinto me dizia que aquilo não era uma declaração de amor. Vegeta estava sendo cruel:


- Você queria que depois de lhe tivesse por inteira eu novamente te olhasse nos  olhos e declarasse que eu te amo e...


Aquilo já bastava. Não sei como consegui me soltar das mãos dele, mas meu impulso foi forte e acabei lhe esbofeteando a face:


- Cale-se Vegeta. Não faça isso comigo que eu não vou permitir essa sua maldade. Agora me deixe a sós para eu me trocar e vamos para a casa que tenho muito que fazer. Não quer que eu ajuste mais a sua nave?


   Eu me segurei como ninguém para não chorar. E não chorei. Estava forte e prometi que isso não ia mais me abater. Entenda diário, é uma situação a qual se eu agir com a cabeça quente, posso colocar tudo a perder. Eu estava sendo dura com ele e colocando respeito onde estava faltando.

   Mas Vegeta é muito orgulhoso, também não ia se deixar por vencido, mesmo sendo essa uma batalha a qual ele nunca havia lutado. Mas posso dizer que meu tapa e minhas palavras o fizeram refletir, pois vi um brilho em seu olhar. O famoso brilho da razão.


       Nunca me esqueço que a arrogância dos orgulhosos, mesmo sabendo que estão errados, é uma arma perfeita para a estúpida vaidade que os domina. Portanto Vegeta ao abrir a porta da cabine, mudou seu olhar para o mais frio que conseguisse improvisar naquele momento, deu um sorriso debochado e saiu sem dizer nada.

     Assim que ele saiu da minha vista eu respirei fundo. Eu tremia como uma vara, meu coração acelerou. Busquei forças no fundo da minha alma e me recompus como devia.

       Pensei que Vegeta tinha ido embora, mas ele ainda me esperava. Estava sério e pensativo. Então fingi que nada havia acontecido:


- Bem Vegeta. Vamos embora. Temos muito que fazer, não é mesmo?E não precisa se aborrecer, você não vai ter que sair por ai voando com todos esses pacotes e comigo no colo. Afinal se você me deixasse cair, a culpa não seria sua, não é mesmo? -Dei uma piscadinha para ele - Portanto trouxe a cápsula do meu carro.


- Hunf! _Resmungou, mas nada disse. Estava com a cara fechada. Acredito que estava se sentindo contrariado. Não tenho certeza disso.





 Durante nosso trajeto para a casa um silêncio desconfortante predominava no ar. Mas que coisa chata, não é mesmo meu diário?Eu não ia tolerar esse clima ruim por muito tempo. Então de repente disse animadamente:


-UHU! Segure-se Vegeta, pois eu vou acelerar.


 Então acelerei o carro e em alta velocidade extravasei toda a raiva contida. Vegeta agarrou-se na porta para se segurar. E lá fui eu...





  Não, não e não. Eu não estou triste. Estou bem meu diário. Um pouco cansada, nada mais. E pensar que quando chegamos, após o almoço Vegeta ia tirar um cochilo:


-Aonde vai Vegeta?- Perguntei ao vê-lo sair da mesa e ir em direção do corredor onde fica seu quarto.


- O que você acha?Vou descansar até você ajustar a nave de gravidade. Já não basta me alugar o dia inteiro ainda quer satisfações de onde vou e o que vou fazer? Por favor, Bulma, não seja ridícula.


- Está enganado Vegeta. Quem está sendo ridículo é você. Você acha mesmo que vou ajustar aquela máquina sozinha? Pergunto-me porque os sayajins não trabalham. São muito preguiçosos. Você vai me ajudar, já que não quer que nenhum funcionário coloque as mãos na “sua” nave. Lembra-se?


   Sabe aquela frase “Tudo que disser será usado contra você...” Pois então. É uma tática infalível para quem gosta de falar demais sem pensar.


- Hahahahaha! - Gargalhou incrédulo - Acha mesmo que vou lhe ajudar?De onde tirou essa idéia?


- Isso não é uma idéia Vegeta. Isso é um fato. E já ouviu aquela regra que diz que se trabalha pelo que come?Você não é uma exceção. Acredite. Se não me ajudar, não terá como treinar. A não ser de uma forma alternativa, como já disse.


   Eu poderia ter dito muito mais coisas. Falar das roupas que compro para ele, jogar a comida que ele come na cara. Mas isso não seria bom, pois a minha intenção não é humilhar Vegeta. Nunca! Eu o amo muito. Mas é esse amor que está fazendo com que eu seja dura com ele. Talvez seja isso que é amar de verdade. Amar não é fazer vontade da pessoa amada e sim fazer o que é realmente bom para ela, nem que isso signifique ser dura.





   É claro que Vegeta não concordou com a história:


 - Estou cansado de receber essas suas ordens estúpidas. Faça o que quiser. Vou pedir a um dos empregados da empresa. Não preciso de você. É muito convencida e petulante. Esqueça! Isso que aconteceu hoje não vai mais se repetir. Ouviu bem? - Senti certa amargura em suas palavras - Não sei o porquê acabei me submetendo a essa palhaçada de hoje. Hunf!Eu sou um guerreiro, o príncipe da minha raça. No momento você pode estar se esquecendo disso. Mas quando eu vencer os andróides todos vocês vão se lembrar disso... Pode ter certeza que VOCÊ  vai se lembrar de quem eu sou.


  Cerrou os punhos e foi correndo para a sacada. Fui atrás dele e gritei antes que levantasse vôo:


- É uma pena que veja as coisas dessa forma Vegeta. - Ele parou e continuei_ É uma pena, pois se fosse menos orgulhoso enxergaria o quanto importante é o que nos rodeia. Mas não sou eu quem vai lhe dizer isso. O tempo encarrega-se desse trabalho. E mais uma vez você não é exceção a isso. Nem eu, nem ninguém. - Ele continuou parado. Não vi a expressão do seu rosto.  
_ Você vive preocupado com o quanto Goku e forte e se tortura em tentar entender como um guerreiro de classe baixa possa ter ultrapassado os poderes de um nobre de classe alta, não é?



Vegeta não se movia. Ainda de costas perguntou:

-E o que você sabe sobre isso?

- O que eu sei Vegeta? Não vai gostar da resposta, mas vou ser sincera com você. Conheço Goku desde menino e o que eu descobri que a maior força dele está no coração. Goku não guarda segredos de sua força. Está me entendendo Vegeta? Aquele dia dos em que eu tomei as píluas para dormir, vi que ficou preocupado e  você disse que me amava eu ...


Ele me interrompeu:


- Me deixe em paz Bulma. _ disse com a voz amargurada, porém firme. - Não me aborreça.

  Assim ele ganhou os céus e sumiu entre as nuvens. Perguntei-me para onde ele iria àquela hora. 

São dez horas da noite e Vegeta ainda não retornou. Eu não ajustei a cápsula. Não podia voltar atrás. Entenda meu diário que não foi por uma questão de orgulho e nem pela questão do jogo. Eu o amo, simplesmente por isso. Nada mais, além disso.

 Boa noite meu doce diário...

Ajustando a cápsula de gravidade.


09 de outubro:

- Bulma. Bulma. Acorde!

 Acordei com a voz de Vegeta no meu quarto pela manhã.

- O que foi Vegeta. São seis horas da manhã, o que você quer?


   Diário, o que deu em Vegeta? Perguntei-me. Bom, ele sumiu por quase dois dias e seja lá o que ele estava fazendo, ele pelo menos deve ter pensado um pouco na situação.



- Deixe de moleza. Estou disposto a ajudá-la com a cápsula de gravidade.


     Ai, eu não acredito que estava ouvindo aquilo.
  - Tá bom! Já estou indo. Espere-me lá na nave que vou me trocar.


- Não demore.


 Vesti meu macacão de trabalho e fui até Vegeta. Levei os equipamentos necessários e comecei a trabalhar.


- Vegeta, eu não consigo entender o que você arruma com esse controlador de gravidade. Veja só, está todo desregulado.


- Pois devia entender. Você vive dizendo que é um gênio. Portanto não me pergunte.


- Está bem, está bem Vegeta. Mas olha, precisa ter mais cuidado com isso. É um equipamento muito delicado.


- Então devia tê-lo feito mais forte. Está cansada de saber que nós sayajins temos muita força e muitas vezes não a controlamos.


Força?! Aquilo não se trata de força.



-Isso não faz sentido Vegeta. Isso aqui não foi força, isso aqui foram os seus dedos desajeitados que não sabiam onde estavam apertando. Passe-me a chave número 6, por favor.

Pedi a ele.

- Como vou saber qual é a chave número 6. Ora essa!


-Não está escrito?


- Se tivesse eu já teria achado. O que pensa que sou?


- Me desculpe. É essa ai com um cabo laranja.


    Ele me passou. Abri o compartimento lacrado e conectei meu computador no plugin da caixa de gravidade.


- Hum... Vamos ver. Taxa de transferência... Está tudo ok. Veja só. É isso!

                 

  Bom, eu tenho mania de trabalhar falando alto .Isso é um costume meu. Vegeta tentava entender o que estava acontecendo. Seus olhos acompanhavam com ansiedade as minhas mãos na tecla do computador.


- AH! Então é esse o problema! Eu sou mesmo brilhante. Era uma coisa boba. Agora vou travar esse controle de regulagem para que seus dedinhos nervosos não atrapalhem a regulagem de gravidade. É só colocar isso aqui e mais isso. Inserir o código de segurança e prontinho!


  Vegeta me olhou abismado:

- O que foi? Já está pronta?




- Aham... Agora pode treinar o quanto quiser. E não precisa me olhar com essa cara. Sei que sou muito inteligente.

-Mas é só isso? -Gritou indignado.






       Na verdade diário, eu sei muito bem porque Vegeta ficou tão pasmo. Eu o condenei em ir ao shopping comigo só para depois ajustar algo tão rápido. Ele ficou furioso. Mas por Kami-sama que não agi levianamente. Não imagina que o problema era algo tão simples.


- Pois é Vegeta. Imagine só.


   Ele não quis perder tempo. Estava tão louco para treinar que não discutiu. Então entendendo a sua pressa, ajeitei as minhas coisas e fui embora. Disse a ele que se houvesse mais algum problema que era para me falar que “nós” daríamos um jeito.

       Pois é meu querido diário. Foi isso. Vegeta treinou o dia inteiro e eu trabalhei. Foi assim o dia de hoje.

AI! Agora vou dormir que estou muito cansada.

Boa noite.









CONTINUA...






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