O Diário
de Bulma
Capítulo 37
O meu o seu e nossos temores
Por Kami! Pobre de mim.Eu não
entendo o porquê que sempre me deixam sozinha em situações como essa. Já me bastou em Namekusei quando
Kuririn e Gohan me abandonaram para irem atrás dos lunáticos que trabalhavam
para Freeza, inclusive do próprio Vegeta... Aqueles caras horríveis... Oh!Agora, Vegeta havia me deixado sozinha
para ver quem era o ladrão que roubara a sua caça.
Quando percebemos que não
estávamos a sozinhos, Vegeta ficou irritado e também notei que havia nele um
certo tipo de excitação. Ele então olhou para mim sério e disse:
- Por que não senti o ki desse
verme? Por mais que uma criatura seja fraca e insignificante, sempre há um ki.
Respondi um pouco confusa,
receosa e com medo da nova situação que nos encontrávamos:
- Ora. Pode ser alguém que assim
como você e os outros saiba esconder o ki. Não acha Vegeta ?
Sem olhar para mim, observando a
entrada da floresta à nossa frente onde antes eu ouvira o barulho do galho seco
sendo pisado ,ele disse meio frenético, talvez tentando entender o que estava
acontecendo ali:
- Hunf! De qualquer forma irei verificar.
- Dessa, Vegeta saiu voando me deixando no vácuo, indignada, sensação que logo
passou a ser um estado de mau humor e raiva em relação às coisas que acontecem
comigo. Como ele pôde ter me deixado sozinha?
Eu entrei na casa com medo, sem saber o que fazer. Pensei em várias possibilidades do que essa pessoa poderia estar fazendo ali, justamente no planeta em que Vegeta afirmou não ter mais ninguém.
Eu entrei na casa com medo, sem saber o que fazer. Pensei em várias possibilidades do que essa pessoa poderia estar fazendo ali, justamente no planeta em que Vegeta afirmou não ter mais ninguém.
Sem ter alguma noção das horas, fiquei
sentada em uma poltrona, pensando coisas horríveis. Entenda diário, sou uma
linda garota traumatizada. Eu não sei por que ainda estou viva. Passei por
tantas coisas que já poderiam ter me matado. E se fosse algo terrível?
Estava pensando que se alguma coisa
ruim estivesse acontecendo ali e se caso eu viesse a sobreviver, ainda teria
que enfrentar a aparição dos androides na terra. Nesse emaranhado de
negativismo e medo comecei a sentir uma angústia profunda e uma depressão caiu
sobre mim. O calor do planeta ia se dissipando à medida que o tempo passava.
Meus sentidos haviam mudado de uma forma estranha a qual eu nunca havia
experimentado antes. Tentado me livrar dessa energia sinistra que já estava
ficando mais que esquisita, comecei a fazer cálculos de cabeça em voz alta, como uma louca:
“número
quântico; (b) raio da órbita do elétron; (c) momento angular do elétron; (d)
momento linear do elétron; (e) velocidade angular do elétron; (f) velocidade
linear do elétron; (g) força sobre o elétron; (h) aceleração do elétron; (i)
energia cinética do elétron; (j) energia potencial; (k) energia total.(43 - 76)
(a) 1; (b) 5,31 x 10-11 m; (c) 1,01 x 10-34 J.s; (d) 1,98 x
10-24 kg
m/s; (e) 4,1 x 1016 rad/s; (f) 2,18 x 106 m/s; (g) 8,15 x 10-8 N; (h) 8,95 x
1022 m/s2; (i) 13,6 eV; (j) -27,2 eV; (k) -13,6 e V...
"Certo!Certo! Isso está certíssimo
. Isso, eu sou um gênio, não é mesmo? He...He...He...Está certo.Eu nunca erro,
eusinha nunca erro.Sou um gênio,linda e inteligente, dinâmica, empreendedora,
sofisticada...”
Até onde eu me lembre, fiquei
repetindo isso muitas vezes soltando uma espécie de risada nervosa. Notei que quando
comecei a calcular,calcular e calcular, a sensação que tive era de que se eu
parasse , minha genialidade iria embora para sempre e esse pensamento quase me
matou.Então, em um desespero que no momento parecia ser sem sentido, comecei a
fazer outro cálculo : “módulo
do momento angular orbital de um elétron num estado l = 3...Não!Não! Eu não consigo!Eu não consigo...”
Então
diário, o que ocorreu depois foi a coisa mais assustadora que aconteceu em toda
a minha vida: eu não conseguia mais raciocinar como o gênio que sou.É como se meu
QI houvesse desaparecido. Entrei em choque e desespero. A única coisa que a
minha mente conseguia assimilar era o fato de que tudo pra mim havia acabado.
Mas tudo tem uma explicação e eu chegarei lá.
Isso foi algo terrível e não aconteceu
só comigo. Muitas coisas estranhas estavam começando a surgir.
Finalmente me dei conta de que horas
haviam passado depressa. Me lembro de Vegeta ter chegado de repente com uma
cara assustada.
Ele olhou pra mim e disse:
- Bulma!Está acontecendo algo aqui.
Eu não disse nada, na verdade, eu o ouvia
e não o ouvia, pois estava em estado de choque e não conseguia raciocinar
direito. Sei que me sentei em um canto qualquer, encostei-me na parede e abracei os meus joelhos .Ele
voltou a me chamar:
- Hei Bulma! Mas que diabos está
pensando? Você não ouviu... – parou de
falar repentinamente percebendo o
meu estado lamentável. Vegeta se aproximou de mim, ajoelhou-se na minha frente:
- O que está acontecendo com
você? Que cara é essa afinal?
- Vegeta!Eu não consigo me
lembrar de nada! Quero dizer, meus conhecimentos foram todos embora. Tudo que
eu sei se foi... Agora o que vai me restar quando minha beleza se for ? Pensei
que minha genialidade compensaria a minha velhice, mas tudo se foi. - Disse
nervosamente para ele. – Daí diário, cedendo à minha fragilidade a aquela
situação que parecia um terrível pesadelo, comecei a lacrimejar. Nervosa,
agarrei uma mecha da minha franja com meus punhos fechados, dando a sensação de
que iria arranca-la da minha cabeça. Eu estava desesperada, pois a minha
situação era realmente alarmante. Imagine uma garota como eu que não é qualquer
uma, passar por tal coisa? Oh Kami! Não dava para manter a cabeça fria, não é
verdade?
Vegeta me olhava com os olhos arregalados
e eu continuava a falar sem parar:
-Temos que voltar agora Vegeta. Preciso
de um médico... O que está acontecendo comigo? Será que estou sendo castigada
por ser tão brilhante? Oh! Vegetaaa! – Levantei-me bruscamente fazendo com que ele tombasse para trás. – Responda - me com sinceridade: você ainda vai
gostar de mim ? Eu ainda sou linda, não sou? - Olhei para ele e ele estava
indignado. Portanto me passou pela cabeça, de uma forma insana, que eu havia
ficado feia de uma hora para outra. Desesperada, entrei no banheiro rapidamente
á procura do espelho, repetindo:
- Não sou,Vegeta? Ainda sou
linda? Não sou? Não sou? - Olhei para o espelho e eu ainda estava linda.
Verifiquei meu rosto e meu corpo dizendo em voz alta: - Meu rosto está bem –
apalpei meu busto. - Aqui tá ok, meu bumbum está ok- apalpei-o. - Minha boa
forma está... Mas a genialidade... AHHH! Kami, o que eu faço? – Chorei baixinho.
Estava completamente fora de mim,quando de repente senti Vegeta se aproximar por de traz, me virar para ele e me sacudir estupidamente gritando irritado:
Estava completamente fora de mim,quando de repente senti Vegeta se aproximar por de traz, me virar para ele e me sacudir estupidamente gritando irritado:
- ARGG!!CALE-SE MULHER! ESTÁ ME ENLOUQUECENDO!VOCÊ ACHAQUE É SÓ VOCÊ QUE ESTÁ COM PROBLEMAS? OLHE PRA MIM .PERDI TODA A MINHA FORÇA E MEUS PODERES. DEIXE DE SER MIMADA E TRATE LOGO DE SE RECOMPOR.
Foi então que dessa vez notei Vegeta de verdade.
Estava tão preocupada comigo mesma que nem havia percebido que o pobrezinho
estava todo machucado. Cai de joelhos no chão. Respirei fundo,tentando
assimilar o que ele acabara de me
dizer.Então consegui me acalmar um pouco. Ele mais uma vez se ajoelhou na minha
frente e continuou dizendo:
- Escute com atenção. Eu não sei
o que está acontecendo. Da ultima que estive aqui estava tudo normal. Então precisamos
descobrir logo que está havendo. Entendeu-me Bulma. Tsc!E pare de ficar
repetindo essa asneira toda de beleza que isso só me faz ficar irritado. Levante-se!
Eu me levantei e fomos para o
sofá. Cruzei meus braços, e não olhei para ele. Estava chateada por aquele modo
estúpido de me chamar atenção.Mas também estava preocupada :
-O que aconteceu com você? Por
que está machucado?- Perguntei olhando para o lado:
- Não seja infantil Bulma! Queria
que fizesse você voltar a si com beijos e abraços? Não há tempo para essas
coisas imbecis.
- Tá bom, tá bom. – eu disse
nervosamente – Vai ficar me dando sermão ou vai me dizer logo o que aconteceu
com você?
-Hunf! Irei dizer se olhar
para mim e deixar de ser metida e insolente. Não é hora para isso Bulma. – Ele
disse num tom sensato. Olhei para ele, pois ele estava certo e além do mais
,tudo que eu fazia ,soava a burrice para mim mesma.
-Apesar da sua grosseria, eu compreendo. Então me
conte tudo e depois cuidaremos desses ferimentos. –Eu falei para ele mais
calma.
-Está certo. – Firmou a voz
e começou :
– Bem, depois que te deixei ,fui tentar
rastrear a pessoa que roubou o animal. Eu já estava confuso em não conseguir sentir
o ki do ladrão. Sobrevoando as ilhas consegui avistar um vulto dentre a floresta
abaixo de mim. Aterrissei e ouvi passos. Segui o barulho ferozmente, obstinado
e encontra-lo, mas não foi preciso muito esforço, pois ele estava me esperando.
Aquele homem estava parado ,encostado em
uma árvore... A caça estava jogada ao chão. Ele era um cara alto, negro e fisicamente
forte, vestia uma capa marrom com um capuz que cobria um pouco do seu rosto e em
seu peito direito havia um símbolo
estranho. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa a aquele verme insolente, ele
sorriu e me disse: “- Você veio atrás disso? - olhou para o bicho morto com
desprezo. “- Ham ...Se
conseguir levar de volta, pode ficar com ele. Eu já consegui o que queria. - Antes mesmo que eu pudesse
ter algum tipo de reação, ele simplesmente sumiu da minha frente. Aquele
imbecil simplesmente evaporou!Eu o procurei em toda parte. Mas não achei
nada!Até que resolvi voltar ao local onde o encontrei. Foi ai que
aconteceu...Eu estava sobrevoando aquela
parte e de repente senti minhas forças se esvaírem ,fui perdendo altitude ,mas
por sorte as árvores amorteceram a minha queda.Cai e perdi a consciência.Não
sei quanto tempo fiquei desmaiado.
Quando acordei, já estava quase escurecendo e com dificuldade encontrei o caminho de volta, e ainda tive que andar. Droga! Pergunto-me como vocês terráqueos são tão limitados em não saber voar.
Quando acordei, já estava quase escurecendo e com dificuldade encontrei o caminho de volta, e ainda tive que andar. Droga! Pergunto-me como vocês terráqueos são tão limitados em não saber voar.
No mais, agora chego aqui e você
está com o mesmo problema... Alguma coisa está acontecendo Bulma!Não podemos ir
embora do jeito que estamos. Você me entendeu?
Vegeta estava muito sério e
euzinha assustada. Ele estava certo, não podíamos deixar as coisas como estavam
e simplesmente correr de volta pra casa. Mas eu não sabia o que fazer e nem por
onde começar. Eu poderia ter perdido a minha genialidade, mas isso não me
impedia de ter algumas ideias:
- Vegeta... Eu trouxe a capsula
79 que é uma aeronave. Você saberia pilota-la? Eu me esqueci como se faz... Poderíamos
tentar encontrar alguma coisa, algum lugar onde esse homem misterioso possa
estar. Ele pode estar por trás disso que está acontecendo conosco.Não acha?
- Por acaso essa aeronave
tem algum tipo de manual?
-Sim. Você pode aprender
rápido, pois eu no momento estou sem condições. Você conseguiria?
-Hunf! Mas é claro que sim.
O que acha que sou?Alguma espécie de idiota?Já pilotei naves espaciais antes.
Em que uma simples aeronave poderia ser tão complicada?
- Não sei. Diga-me você. - Respondi
mostrando lógica no meu tom de voz – Vou pegar a capsula. Daí você dá uma
olhada nela e no manual que fica no próprio painel de controle.
Ele sorriu torto pra mim me
observando abrir o estojo de capsulas. De repente me deu um embrulho na estômago,
olhei aquele pequeno objeto em minhas mãos e perguntei para ele:
Ele me respondeu calmamente,
acho que com a intenção de não me deixar constrangida.
-Aperte esse pino que fica
na cabeça da capsula, jogue-a no solo a uma distancia segura para você não se
machucar. Ela se abrirá.
- Ok! Acho que isso não dá
para esquecer até que eu limpe seus machucados, não é? Perguntei observando seu
corpo ferido.
- Eu não sei. – Respondeu
Vegeta encabulado e como de costume desviando o olhar.
Então diário, enquanto vegeta tomava um banho.Comi
alguma coisa para me fortalecer, apesar de estar sem um pingo de apetite.
Fiquei surpreendida com a calma dele,
mas sei que por dentro ele deve estar muito preocupado por ter perdido seus
poderes.Podia ver em seus olhos. Confesso que até me senti um pouco
envergonhada pelo meu pânico, pois ele estava ali, forte e de cabeça fria, mas
por dentro sei que estava com medo e dúvidas.
Assim que ele saiu do banho, cuidei de suas
feridas, depois ele foi preparar um lanche e enquanto isso, fui para fora abrir a capsula. Observando a
aeronave, depositei minhas esperanças nela. Então fechei os olhos e rezei para
que resolvêssemos esse problema o mais rápido o possível...
Sim! Bulma estava certa. Por dentro Vegeta estava alarmado
e totalmente assustado. Só que seu orgulho não permitia se mostrar dessa forma.
Ele ligou a ducha e deixou a água fria molhar sua cabeça sem piedade. Sentiu
seu corpo patético e frágil estremecer e isso lhe causou uma repulsa tão forte
que chegou a vomitar. Ele entedia Bulma e concluiu que da mesma forma que ele
sentia seu corpo daquela maneira, ela sentia seu cérebro. Percebeu o quanto os
dois eram parecidos e naquela situação ambos estavam sendo privados dos atributos daquilo que lhes diferenciam dos
demais : conhecimento e poder.Estava determinado a resolver toda essa confusão,
pois se não conseguisse, preferiria morrer . Imaginou-se voltando para a terra,
fraco e impotente, tendo que
encarar todos aqueles vermes. Ele rangeu
os dentes de raiva. Não teria mais como
enfrentar os androides , seria apenas um telespectador inútil
, vendo Kakaroto e seus amigos idiotas lutarem e até mesmo vencerem
aquelas sucatas.Seria uma terrível humilhação.Certamente preferia a morte.
Se
recompondo de quase um surto de pânico, ele saiu do banho. Bulma estava o
esperando para lhe fazer os curativos. Seu corpo estava muito dolorido.
Vegeta
sentiu as mãos delicadas daquela mulher
o tratarem com carinho.Percebeu que ela ás vezes hesitava ,mas deduziu
que a mente dela falhava até com as pequenas coisas, e ela não sabia bem o que
fazer. Bulma estava triste e assim como ele se sentido aleijada, impotente e
insegura. Ela tremia com medo de que ele percebesse que ela não estava conseguindo
fazer um simples curativo. Então, pela primeira vez, ele a entendeu por
completo, pois sentia o mesmo. Num gesto instintivo, Vegeta apertou a mão de Bulma,
mostrando-se cúmplice e solidário aos seus sentimentos.
Depois de
terminado os cuidados com os ferimentos do seu corpo, ele se esforçou para
comer alguma coisa. Bulma havia saído para abrir a capsula enquanto ele se
alimentava. Um tempo passou e ele percebeu que ela estava demorando a chama-lo
e por isso pensou que ela poderia ter piorado e se perdido na repentina
ignorância que a consumia.
Saiu pela
porta escondendo uma preocupação que não admitiria a ninguém.
A capsula estava aberta. Ela não estava por ali, então
entrou na aeronave para procura-la, e nada. Ele chamou por ela:
-Bulma! Bulma! Onde diabos se meteu...?
Nenhuma resposta. Procurou na praia e ao redor do
acampamento, mias uma vez , nada. Foi então que Vegeta percebeu que Bulma havia
sumido, ou melhor, ele percebeu que ela havia sido raptada.
E agora Vegeta?
CONTINUA ...